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A trajetória de vida na meia idade

Os cientistas do desenvolvimento buscam examinar o curso do desenvolvimento psicossocial da meia idade.

  • Objetivamente: consideram as trajetórias ou caminhos em diferentes categorias da vida (conjugais, econômicas, sociais etc.);
  • Subjetivamente: como as pessoas constroem suas identidades e estrutura de suas vidas.

Como a sociedade enxerga essa fase?

Fatores sociais influenciam essas escolhas, entre eles destacam-se: Geração, gênero, cultura, níveis socioeconômicos e étnicos.

O teórico Erik Erikson, os estágios de generatividade x estagnação. Sendo a generatividade (o sétimo estágio normativo) a preocupação do adulto maduro em estabelecer e orientar a próxima geração, perpetuando-se através da influência sobre seus sucessores. Sua virtude nesse período é o cuidado, ou seja, um compromisso com o próximo. Caso contrário se estabelece a estagnação. Percebe-se uma necessidade e um desejo interno de “ser necessário”, nota-se uma crença nas espécies. O gênero é um fator que gera variação na força, intensidade e prática dessa generatividade. A idade também varia, demandas profissionais, pessoais (pais e mães respondem de maneira distinta, conforme papéis e funções em vigor). O comportamento pró-social (manutenção do mundo) se traduz em trabalhos políticos, religiosos, passatempos, arte e música.

O relógio social define estilos de vida e suas diversidades, redesenhando as fronteiras da regulação dessas mudanças em contraponto com normas etárias comumente estabelecidas (formação familiar, rumos profissionais e estágios econômicos).

A crise da meia idade

Um período supostamente estressante, que força seus componentes à profundas reflexões. Chamada de “segunda adolescência”. Outros autores como Elliot Jacques chamam de “consciência da mortalidade” constatada a concretização da finitude humana.

O aspecto filosófico da abordagem à negação da finitude da vida e à busca por significado na crise da meia-idade está profundamente enraizado em várias correntes filosóficas e questões existenciais, das quais:

  • Existencialismo: O existencialismo é uma corrente filosófica que se concentra nas questões fundamentais da existência humana, incluindo a morte. Filósofos existencialistas como Jean-Paul Sartre e Albert Camus argumentaram que a consciência da morte é essencial para compreender a existência humana. Na crise da meia-idade, as pessoas muitas vezes enfrentam questões existenciais, como o significado da vida, a liberdade e a responsabilidade.
  • Ética: A percepção da finitude da vida pode influenciar a ética pessoal de alguém. A consciência de que o tempo é limitado pode levar as pessoas a refletir sobre como desejam viver suas vidas e como desejam contribuir para o bem-estar dos outros. Questões sobre o que é certo e valioso na vida podem se tornar mais proeminentes.
  • Filosofia da Morte: A filosofia da morte é uma área de estudo que se concentra na natureza e na significância da morte. Filósofos como Martin Heidegger exploraram profundamente o significado da mortalidade humana. A crise da meia-idade muitas vezes envolve uma avaliação dessas questões, à medida que as pessoas confrontam a realidade da finitude.
  • Busca por Significado: A busca por significado na vida é uma preocupação central em muitas filosofias, incluindo o existencialismo e a filosofia da vida boa. Filósofos como Viktor Frankl argumentaram que encontrar um propósito significativo é fundamental para a felicidade humana. Na crise da meia-idade, as pessoas frequentemente se voltam para essas questões para encontrar um significado mais profundo em suas vidas.
  • Fenomenologia: A fenomenologia é uma abordagem filosófica que se concentra na experiência subjetiva. Na crise da meia-idade, a experiência pessoal da confrontação com a finitude e a busca por significado é de grande interesse. Os filósofos fenomenológicos exploram como essas experiências moldam nossa compreensão do mundo.

O desenvolvimento adulto de meia-idade é uma fase da vida repleta de mudanças e desafios nos domínios físico, cognitivo e psicossocial. É um período em que as pessoas frequentemente enfrentam a finitude da vida e a necessidade de reavaliar objetivos e prioridades.

Embora as experiências variem amplamente de indivíduo para indivíduo, muitos adultos de meia-idade buscam uma maior autocompreensão, propósito na vida e um equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais.

É fundamental reconhecer que a meia-idade não é uma crise inevitável, mas sim uma oportunidade para crescimento e desenvolvimento pessoal. O apoio emocional, a busca de orientação profissional e a promoção de um estilo de vida saudável podem ajudar a enfrentar os desafios com resiliência e encontrar significado nessa fase da vida.

Em última análise, o desenvolvimento de meia-idade é uma parte importante e natural do ciclo de vida humano. Ao abraçar as oportunidades e os desafios que surgem, os adultos de meia-idade podem cultivar uma sensação de realização e satisfação pessoal, contribuindo para uma vida enriquecedora e significativa.

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